Por Padre Lucas Alves da Silva
Caros irmãos e irmãs, chegamos mais uma vez na Semana Santa. Esta semana maior não deve ser mais uma, não deve ser como a do ano passado, retrasado, ou como a de dois, cinco, dez anos atrás. Deve ser vivenciada com muita fé, humildade e propósito de ressurreição.
O tríduo Pascal inicia-se na Quinta – Feira Santa com a missa de lava pés, mas antes, na parte da manhã, há uma missa chamada: Missa do Crisma. Os óleos dos catecúmenos e dos enfermos são abençoados e o óleo do Crisma é consagrado pelo Bispo Diocesano e concelebrado pelo clero local. Os presbíteros renovam as Promessas Sacerdotais na frente do Bispo e do povo de Deus, dizendo que querem continuar a viver na fidelidade e no serviço fraterno para com o povo.
À noite, na missa do lava pés, vivemos a caminhada de Jesus na dimensão do serviço: Jesus que se despoja de suas vestes, lava os pés dos discípulos, dizendo que devem fazer o mesmo. Institui o mandamento novo: “amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei” (João 13,34). Também institui a Eucaristia: “fazei isto em memória de mim”, e determina o Sacerdócio (1 Cor 11, 24).
Após a homilia, o Padre realiza o mesmo gesto de Jesus, despojando-se de suas vestes e colocando o avental do serviço, lavando os pés de doze pessoas representando os apóstolos.
Após a comunhão, o altar é desnudado, representando que, naquele exato momento, estamos em vigília com Jesus, no Horto das Oliveiras. As reservas Eucarísticas são levadas em um local propício para esta vigília.
Já na Sexta-Feira da Paixão, vivemos todo o trajeto de Jesus em seu Calvário. Não é ministrado nenhum sacramento. Não há Missa. A Eucaristia é dada ao povo da Missa da Quinta-feira Santa.
Esta celebração possui três momentos de celebração da palavra:
1. A Liturgia da Palavra: nos apresenta uma síntese da vida e da ação de Jesus:
- Ele é o servo que carrega os pecados da humanidade (1º Leitura)
- O único sacerdote e mediador entre Deus e a humanidade (2º Leitura)
- O Rei Universal que dá a vida (Evangelho)
2. A Oração Universal: exprime a abertura universal da comunidade, consciente de que a salvação de Cristo é oferecida a todos os homens.
3. Adoração da Cruz: Jesus celebrou a sua Páscoa, “passando” por uma morte dolorosa e humilhante, para chegar à ressurreição gloriosa.
O Sábado Santo celebra o fato mais importante da história da salvação, o mistério mais profundo de nossa fé: a ressurreição do Senhor. É a liturgia mais solene e rica de todo o Ano Litúrgico.
Vamos aprofundar em seus diversos momentos:
1. LITURGIA DA LUZ: Cristo, simbolizado pelo CÍRIO PASCAL, é trazido solenemente a um lugar de destaque na celebração.
– Do meio das TREVAS surge uma nova luz, que irradia progressivamente para todos os lados.
– Diante desse Círio, proclamamos alegres o HINO PASCAL, pela vitória de Cristo sobre as trevas da morte e do pecado.
– As VELAS que carregamos nas mãos, nos lembram que, unidos a esse Cristo, também nós venceremos.
* Na Bíblia a “luz” é apresentada como algo muito rico: Deus é luz. (1ª obra na Criação)
– Jesus se apresenta como a luz do mundo e nos convida a sermos luzes do mundo também. Ele nos garante: “Quem me segue não anda nas trevas”.
2. LITURGIA DA PALAVRA: Nos apresenta uma série de leituras bíblicas que narram etapas importantes da história da salvação e, enfim, vão concentrar-se no Mistério de Cristo.
a) Na CRIAÇÃO: Deus cria o mundo e o homem. (Gn 1,1.26-31a). Apesar da resposta negativa do homem, Deus promete um SALVADOR.
b) Na LIBERTAÇÃO: (Ex 14,15-15,1). Deus, após ter escolhido ABRAÃO para ser pai de um grande povo, escolhe MOISÉS para conscientizar esse povo de sua missão e iniciar a caminhada da libertação.
– A refeição do cordeiro no Egito é símbolo da verdadeira PÁSCOA, assim como quando Cristo oferece o próprio corpo e sangue como sinal da nova e eterna ALIANÇA. Era o início da Páscoa de Cristo, o novo Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
– Atravessando milagrosamente as águas do Mar Vermelho, tornou-se um povo livre, a caminho da terra prometida.
* Era a Páscoa dos judeus, relembrada e celebrada todos os anos.
– Essa água nos lembra a água batismal, geradora de vida nova, nos tornando filhos de Deus, membros do novo povo de Deus, que também está a caminho da terra prometida.
* Por isso, o Batismo é a Páscoa do cristão.
c) O Evangelho relata Cristo aparecendo RESSUSCITADO aos seus. (Mt 28,1-10)
3. LITURGIA DO BATISMO: A ÁGUA é símbolo da vida nova recebida no BATISMO, que na Igreja primitiva se realizava nessa noite e hoje SE RENOVA.
4. LITURGIA EUCARÍSTICA: É o Memorial da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.
Cada domingo deve ser uma pequena Páscoa, em que, relembrando a Páscoa de Cristo, queremos nos reabastecer da Palavra de Deus e do pão dos fortes, para continuar nossa marcha para a Terra Prometida.
Já no Domingo da Ressurreição do Senhor, celebramos sua vitória sobre a morte. As leituras narram sua ressurreição e sua aparição à Maria Madalena e a alguns discípulos. Depois da segunda leitura há a sequência, proclamando esta certeza em nossas vidas.
Que através destas explicações possamos, meus irmãos e irmãs, celebrar com mais fervor e fé a nossa responsabilidade de assumirmos compromissos com o próximo, servindo sem olhar a quem.
Levemos a nossa cruz de cada dia, não como um peso, mas como esperança de ressurreição e de vida nova.
Não fiquemos só na Sexta-feira da Paixão: dor, sofrimento e tristeza, mas voltemos no Sábado Santo para proclamarmos: a morte está vencida pelo Senhor da Vida!
Cristo verdadeiramente ressuscitou! Aleluia! E eu ei de ressuscitar!
Uma linda Páscoa, passagem da morte para a vida!
Que Deus abençoe você.
Pe. Lucas Alves da Silva
A Igreja Católica é rica em ensinamentos, que nós leva a viver no Amor, com humildade, respeito e muita Fé, em Jesus Cristo Nosso Senhor, que Deus sua Vida por nós, em sua morte na Cruz, mas não nos esquecemos que Ele ressuscitou e vive no meio de nós, para que vivamos como Ele. Amém 🙏